Acompanhe o raciocínio: segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), o período entre o ano de 2023 e 2024 foi o mais seco da história recente do Brasil. A partir de setembro de 2024, já entrando na safra 2024/25, diversas regiões produtoras de soja sentiram o atraso e a irregularidade das chuvas, que só começaram a aparecer de verdade na segunda quinzena de outubro.
Se estamos passando pela maior seca do país, e vimos um recorde de queimadas que afetaram muitas áreas agricultáveis pouco antes do início da safra, que intensificam esse quadro de seca – inclusive nos solos –, logo, a pressão de doenças (que são, em grande parte, favorecidas pela umidade) deve ser baixa nesse ciclo. Certo?
Errado! Após encararem uma das safras mais desafiadoras em 2023/24, os sojicultores agora precisam se preparar para mais uma temporada que vai testar sua resiliência no campo: uma “pressão gigantesca para doenças”, é o que alerta o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio.
Mas qual o sentido desse cenário, então? A dinâmica climática, que tem se tornado mais intensa e complexa do que nunca. Quer entender melhor? Então confira como foi o nosso papo.
Cenário climático: a virada da seca para as chuvas
Em outubro, quando nossa entrevista aconteceu, Marco Antônio destacou a intensificação das chuvas como um fator determinante para o aumento da pressão de doenças.
Apesar de chuvas atrasadas e irregulares no início da safra, com maior volume de precipitação em uma região do Cerrado do que outra, por exemplo, o clima na safra 2024/25 deve criar condições perfeitas para o desenvolvimento de doenças agressivas.
“Quando a gente olha para frente, a gente vê que existe muita umidade chegando”, explicou Marco durante a entrevista.
É aqui que entra um grande ponto de atenção: Marco explica que a safra está com “chuvas atrasadas” em praticamente um mês, e que isso pode induzir o produtor ao erro.
“Aquela chuva do dia 10 de outubro era para ter acontecido no dia 10 de setembro. Normalmente acontece […] As chuvas do dia 22, 25 de outubro, eram para ser chuvas do dia 25 de setembro. Então nós estamos um mês atrasados. Então o produtor está muito assustado, do tipo: “está quente, não está chovendo direito, não vai dar doença”. Pelo contrário, é um ano de forte pressão para doenças, porque a partir do mês de novembro em diante […] vai chover muito!” alerta o agrometeorologista.
Além das chuvas, Marco fala sobre a previsão para as temperaturas nessa safra: “Repare na anomalia negativa! Por que nós vamos ter um ambiente frio em pleno verão? Porque nós vamos ter muita umidade. Então nós temos uma pressão gigantesca para doenças esse ano!”
“Apesar desse atraso no plantio ou esse atraso na regularização das chuvas esse ano […] a tendência realmente é de uma pressão muito grande para doenças esse ano.” reforça o especialista.
O que esperar na prática: as lavouras em dezembro podem estar “explodindo de doenças” [como evitar esse cenário?]
Marco alerta os produtores para se prepararem para essa possível alta pressão de doenças que deve começar a se manifestar a partir de dezembro. A umidade combinada com as temperaturas amenas cria um ambiente ideal para o desenvolvimento de diversos patógenos com grande potencial de gerar perdas para as lavouras, que podem já estar presentes na área.
“A partir de dezembro, quando essa soja chegar ali no V3, V4, ou até quem plantou um pouco mais cedo, no V5. Cara, isso daí vai estar explodindo de doença, porque inóculo tem!” ressalta o especialista.
Essa combinação de fatores climáticos exige que os produtores estejam atentos e ajustem seus manejos preventivos, considerando essa condição mais favorável à proliferação de patógenos, sem negociar os princípios básicos da construção da sanidade da lavoura.
1. Adoção de um manejo preventivo e proativo
Um calendário de aplicação preventiva de fungicidas deve ser seguido rigorosamente, principalmente em regiões com histórico de alta pressão de doenças. Esperar pelo aparecimento de sintomas visíveis pode comprometer o controle e já significar prejuízos.
O uso preventivo de fungicidas em estágios iniciais da soja (como V3 e V4) é importante para impedir o desenvolvimento de doenças logo no começo do ciclo, e a aplicação de pré-fechamento é considerada a mais importante, pois é a última chance de atingir a região do baixeiro das plantas.
É importante lembrar que existem doenças, como a podridão de vagens e grãos (anomalia da soja), que chegam na lavoura via sementes ou palhada, mas só manifestam seus sintomas e danos no fim do ciclo, quando já é tarde demais.
As condições climáticas de alta umidade e temperaturas amenas favorecem a proliferação de doenças, como a ferrugem-asiática, as manchas foliares e a podridão. Por isso, seguir um planejamento robusto de construção da sanidade da lavoura desde cedo será essencial na safra 2024/25.
2. Aplicação de fungicidas de amplo espectro
Fungicidas de amplo espectro, como ALADE® e MITRION®, são ideais para proteger a soja contra uma ampla diversidade de doenças, incluindo o complexo de manchas foliares (mancha alvo, septória e cercóspora), podridão de vagens e grãos (anomalia da soja), oídio e ferrugem.
A aplicação antecipada de ALADE®, a partir dos 30 dias após a emergência (DAE), permite controlar o inóculo presente nas folhas inferiores, onde as infecções geralmente começam e, graças a sua flexibilidade, ALADE® pode ser aplicado também na fase de pré-fechamento da soja, sendo o melhor para qualquer situação.
Com três ingredientes ativos – solatenol, ciproconazol e difenoconazol –, ALADE® age de forma abrangente, protegendo as plantas e retardando o surgimento de sintomas até fases mais avançadas.
Já MITRION® oferece uma proteção aprimorada contra ferrugem-asiática e manchas foliares, como a mancha-alvo, além de também atuar de forma eficaz contra a podridão de vagens e grãos (anomalia da soja). Isso é possível graças à robusta ação preventiva do solatenol, combinada ao efeito do protioconazol de controle de início de infecção.
Ao aplicar fungicidas que combinam ingredientes ativos eficazes contra diversos tipos de patógenos, como ALADE® e MITRION®, é possível construir uma estratégia mais completa e duradoura de proteção.
Essa combinação de ativos é especialmente importante para preservar o potencial produtivo diante de um cenário favorável aos patógenos, permitindo que a planta direcione energia para o crescimento e o desenvolvimento de grãos.
E acompanhar essas mudanças e tendências, por meio de plataformas como a Rural Clima e portais de informação como o Mais Agro, é fundamental para que você, produtor, esteja à frente com suas estratégias mesmo diante de cenários que não são mais o que estávamos acostumados até agora.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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